Era uma vez um anjo, que se orgulhava muito das suas asas. Estas asas eram de uma envergadura majestosa e inigualável entre todas as criaturas de Deus. As suas penas pareciam um arco-íris que refulgia como se fosse cravejado de pedras preciosas. Este anjo tinha uma beleza tão gloriosa fazia qualquer ave do céu aterrar imediatamente de vergonha à sua passagem.
As suas asas eram, de facto, extremamente formosas. E o anjo sabia-o. Por isso, a cada dia que passava, o orgulho do anjo ia aumentando.
Deste modo, quando Deus o queria incumbir de alguma missão, nunca encontrava o anjo no seu lugar respectivo do Coro Celeste que se encontra no Paraíso. O anjo, em vez de estar preparado para atender ao chamamento do Senhor, preferia voar de um lado para o outro, testando os limites de velocidade das suas asas, vendo até que ponto lhe ia a habilidade para as acrobacias e piruetas. E, se porventura Deus o encontrava e lhe interrompia os voos com algum encargo à terra dos mortais, o anjo demorava-se a cumprir o mandatado, porque parava em cada charco a fim de admirar o seu reflexo.
Deste modo, um dia, depois de passar horas ao espelho num regato, o anjo decidiu regressar ao Paraíso. Só que, tendo voado mais alto do que as mais elevadas camadas da atmosfera, tendo voado para além de planetas e galáxias, tendo voado até às fronteiras da própria Existência, o anjo não encontrou os portões para o Paraíso. Clamou: - Pai! Pai! Ajuda-me!
Respondeu Deus: - Que queres, Meu filho?
- Pai! Quero regressar a casa! Mas não encontro os portões do Céu! Onde estão? - Estão exactamente no mesmo local. - Como é isso possível, se já vasculhei os confins do universo e não os encontrei? - Os portões estão no exacto local em que os deixaste e estão abertos como sempre estiveram. - Então, que se passa? Porque não os acho? - Porque usaste mal as tuas asas. Eu ofereci-te essas asas para que tu pudesses entrar no Céu. Mas tu enebriaste-te tanto com as tuas asas, que elas se tornaram o teu próprio Céu. Assim sendo, se as tuas asas são o teu Céu, como podem elas fazer-te voar até ao Céu? - Quer dizer que tu me expulsaste do Céu? É isso?! - Não. Os portões estão lá e estão abertos. As tuas asas é que já não te podem levar até lá.
O anjo retirou-se de volta para a Terra. Sentia um misto de ofensa e de confusão: “As minhas asas não me podem levar ao Céu? ESTAS asas?! Ah! Deus deve estar louco! Olhem-me só para estas asas! Haverá alguma coisa que estas asas não possam?! Se calhar o próprio Deus teve inveja das minhas asas! É isso!!! Deus teve inveja e, se calhar, até medo que eu voasse mais alto do que Ele! Pois que Ele fique com o Céu d’Ele que as minhas asas nunca mais terá!”
Pensava assim o anjo e amaldiçoava o Senhor. Como tal, para Lhe mostrar a sua superioridade, o anjo começou a fazer as mais complicadas e espectaculares acrobacias, a subir às montanhas mais elevadas, a atingir velocidades que ultrapassavam a própria luz. - Estás a ver, Deus? Quem precisa de Ti, quando se tem estas asas? Quem precisa do teu Céu? Há coisas mais grandiosas! Coisas que posso ser EU a fazer! Quem precisa de Ti e do Teu Céu?!
Mas iam passando os dias, os anos, os séculos… e o anjo notou que estava preso… preso neste Universo tão pequeno (porque o Universo é minúsculo quando comparado com o Céu)… quase incapaz de respirar… Já tinha voado por toda a parte… Já tinha visto tudo pelo menos mil vezes… Já tinha realizado todas as piruetas possíveis e imagináveis… Já tinha enchido a barriga com a brisa da emoção, ao ponto de não conseguir engolir mais… Já tinha passado tanto tempo mirando o seu reflexo, que agora até as suas próprias asas pareciam ter perdido a beleza…
Que futuro restava a este anjo? Uma eternidade! Uma eternidade de aborrecimento! Uma eternidade de tédio! Uma eternidade de actos repetidos e automáticos, meros cata-ventos dos seus caprichos! Uma eternidade de solidão! Em suma, o Inferno!
Como estaria o Céu? Provavelmente na mesma! E era tão belo o Céu! E como era? Já não se lembrava! O anjo não se lembrava de como era o Céu! Agora arrependia-se de ter passado tão pouco tempo no Céu! Ao menos no Céu, a presença de Deus estava em todo o lado, aspergindo felicidade sobre todos! Como era o Céu? Já não se lembrava!
Todavia, o anjo ainda estava demasiado ferido no seu orgulho para se desculpar a Deus!
Nessa altura, o anjo ouviu um grito! Um grito desesperado!
Era um verme! Um verme que estava num prado ali próximo! Um mísero e pequeno verme que, no seu rastejar insignificante, havia-se deparado com um lobo horrendo! O lobo farejava o verme, mirando-o fixamente com os seus olhos vermelhos e esfomeados! Não interessava se era um verme pequeno, o lobo queria devora-lo! E, enquanto procurava a melhor forma de o fazer, torturava a pequena criatura, dando-lhe patadas com as garras afiadas!
Esta cena revoltou a alma do anjo! Indo em socorro do verme, o anjo empurrou o lobo! Mas o lobo, enfurecido por tal afronta, lançou-se sobre o anjo! Houve uma luta feroz! Uma luta que durou uma noite inteira! Mas, finalmente, no meio da neblina matinal, encharcado por um orvalho torrencial, o anjo conseguiu expulsar o lobo!
Mas houve um preço a pagar… o anjo ficara com as asas totalmente esfarrapadas! Já não as conseguia agitar, já não podia voar! O anjo apercebeu-se e caiu num profundo pranto.
Entretanto aproximou-se o verme: - Muito obrigada, meu senhor! Muito obrigada por me ter salvo! O anjo ergueu-lhe os olhos lavados de lágrimas e berrou: - Obrigado?! OBRIGADO?! Já viste o que me fizeste? Por tua culpa… por tua culpa… perdi as minhas asas! Perdi o Céu… já não tinha nada, a não ser as minhas asas…e agora, agora nem as minhas asas… não tenho nada…
Enraivecido, o anjo preparou-se para calcar o verme. Mas vendo como este tremia de puro pavor, apercebeu-se como estava a preparar-se para seguir as pisadas do lobo. De que tinha servido ao anjo, então, lutar contra o lobo, perder as asas, se iria sacrificar a causa desse sacrifício? O anjo deteve-se. Virou as costas e disse: - Vai! Vai à tua vida! Vai-te! Nunca mais te quero ver!
O verme deu meia-volta e retirou-se, profundamente entristecido.
O Inverno estava aí à porta. Como já não podia voar, o anjo não podia fugir para a atmosfera acima das nuvens, nem podia escapar para climas mais amenos… Deste modo, o anjo teve de aguentar as agruras tempestuosas do Inverno, o frio cortante, a solidão gélida, as chuvas, os trovões, o vento… Nesse entretanto, o anjo apercebeu-se de como as suas asas afinal não eram nada. Mesmo antes de se terem danificado, as suas asas eram apenas um monte de ossos e penas… um agregado de moléculas com uma mera função biológica… e os voos mais não eram do que o culminar de uma série de leis físicas e matemáticas… Que valiam as suas asas? Valiam muito, porque tinham sido uma prenda do Pai! Mas o anjo, que fizera ele? Usara essa prenda para magoar o seu Pai! E agora, agora as suas asas nada valiam! Nem sequer tinha conseguido ser simpático para com o pobre verme! O anjo sentia-se profundamente miserável! Como se arrependia de tudo! De tudo o que fizera! De tudo o que era! Que vergonha tinha o anjo de si próprio! Quem lhe dera ser outra pessoa! Quem lhe dera nunca ter nascido! Arrependia-se de tudo! De tudo? Não! Pelo menos, na sua vida, o anjo tinha salvo um pequeno verme de um lobo! Pelo menos… pelo menos tinha feito uma coisa de útil na vida… tinha valido a pena sacrificar as suas asas por isso… se não tivesse perdido as suas asas, fazendo-o, então não teria cumprido nada de jeito na sua existência… Como era o Céu? Já não se lembrava!
Enfim, a Primavera. O anjo saiu do seu abrigo. Espreguiçou-se ao Sol radiante da manhã. Então, apareceu-lhe uma borboleta. Era uma borboleta linda, e as suas asas estavam enfeitadas por um caleidoscópio de cores.
Disse a borboleta: - Se calhar o senhor não me reconhece… mas eu fui aquele verme que você salvou aqui há tempos! Graças a si pude chegar a borboleta! Eu sei que nada do que eu possa dizer será o suficiente para o compensar, mas quero agradecer-lhe! Muito obrigada!
O anjo estava pasmado. Ficou contemplado a borboleta durante longos momentos, profundamente boquiaberto. A borboleta perguntou: - Passa-se alguma coisa? O anjo respondeu: - Tu… tu és… tu és igual ao Céu!
Duas palavrinhas muito rápidas, pois o meu tempo tem sido pouco: João, muito obrigada pela consideração. Fico muito sensibilizada, acredita!
Kephas a tua história é muito bela, e dá que pensar, em especial se nos colocarmos no lugar do anjo e reconhecermos que muitas vezes damos atenção demasiada às nossas asas, esquecendo-nos da sua verdadeira função... e quantas vezes não atribuimos a Deus as culpas dos nossos erros? Bela história, de verdade.
Comovente o pasmo do anjo. História que se adpta á humanidade,gosto especialmente da parte "as suas asas eram apenas um monte de ossos e penas… um agregado de moléculas com uma mera função biológica… ", faz me lembrar a nossa anatomia que eu recentemente descobri!! E que o kephas me fez reflectir sobre a anatomia da alma,a anatomia do invisivel!! :P... Ate Breve!Tambem tenho um blogue mas só tem um post...lol depois envio o link!!**
Agradeço à Sofia e à Margarida as palavras profundamente gentis que me enviaram.
Estou ansioso por conhecer o blog da Margarida. Talvez a vá lá chatear ehehehe...
Ah, queria ainda dirigir-me à Margarida para te dizer que, a partir de 23 de Julho vou estar (um bocadinho) mais livre... portanto (se o convite ainda estiver de pé, é claro) poderia dar um saltito a Braga. Se quiseres, eu coloco o meu mail aqui e podemos combinar um dia. Já que a catequese para adultos de Barcelos foi interrompida para o Verão...
Faço ainda votos que a Sofia consiga ficar também um pouco mais aliviada dos seus afazeres, a fim de poder apreciar melhor este mundo que Deus nos ofereceu com a Sua infinita generosidade.
olá,eu vou estar livre a partir de 30 de julho... nao tenho ido as reunioes da associacao e tenho estado em falta com os que dela fazem parte... nao sei como esta a decorrer o ponto de convivio,com os jacobeus.De qualquer maneira deixo o meu mail simples: MargaridaGeraldes@hotmail.com e também deixo olhares meus... www.olhares.com/florita Tenho eternas perguntas para si Kephas,visto que paraece que me responde. Bjs a todos!!
Olá! Como eu gostava de saber quem passa pelo blog, peço para deixarem uma mensagem com o nome, idade, cidade, etc, o que quiserem, nos comentários ou então mandem-me um mail para jesusmylord@portugalmail.com...
7 comentários:
Gosto de vir aqui, pois você é como um desses anjos, espalhando Deus!
Abraços e boa semana
Era uma vez um anjo, que se orgulhava muito das suas asas. Estas asas eram de uma envergadura majestosa e inigualável entre todas as criaturas de Deus. As suas penas pareciam um arco-íris que refulgia como se fosse cravejado de pedras preciosas. Este anjo tinha uma beleza tão gloriosa fazia qualquer ave do céu aterrar imediatamente de vergonha à sua passagem.
As suas asas eram, de facto, extremamente formosas. E o anjo sabia-o. Por isso, a cada dia que passava, o orgulho do anjo ia aumentando.
Deste modo, quando Deus o queria incumbir de alguma missão, nunca encontrava o anjo no seu lugar respectivo do Coro Celeste que se encontra no Paraíso. O anjo, em vez de estar preparado para atender ao chamamento do Senhor, preferia voar de um lado para o outro, testando os limites de velocidade das suas asas, vendo até que ponto lhe ia a habilidade para as acrobacias e piruetas.
E, se porventura Deus o encontrava e lhe interrompia os voos com algum encargo à terra dos mortais, o anjo demorava-se a cumprir o mandatado, porque parava em cada charco a fim de admirar o seu reflexo.
Deste modo, um dia, depois de passar horas ao espelho num regato, o anjo decidiu regressar ao Paraíso. Só que, tendo voado mais alto do que as mais elevadas camadas da atmosfera, tendo voado para além de planetas e galáxias, tendo voado até às fronteiras da própria Existência, o anjo não encontrou os portões para o Paraíso. Clamou:
- Pai! Pai! Ajuda-me!
Respondeu Deus:
- Que queres, Meu filho?
- Pai! Quero regressar a casa! Mas não encontro os portões do Céu! Onde estão?
- Estão exactamente no mesmo local.
- Como é isso possível, se já vasculhei os confins do universo e não os encontrei?
- Os portões estão no exacto local em que os deixaste e estão abertos como sempre estiveram.
- Então, que se passa? Porque não os acho?
- Porque usaste mal as tuas asas. Eu ofereci-te essas asas para que tu pudesses entrar no Céu. Mas tu enebriaste-te tanto com as tuas asas, que elas se tornaram o teu próprio Céu. Assim sendo, se as tuas asas são o teu Céu, como podem elas fazer-te voar até ao Céu?
- Quer dizer que tu me expulsaste do Céu? É isso?!
- Não. Os portões estão lá e estão abertos. As tuas asas é que já não te podem levar até lá.
O anjo retirou-se de volta para a Terra. Sentia um misto de ofensa e de confusão: “As minhas asas não me podem levar ao Céu? ESTAS asas?! Ah! Deus deve estar louco! Olhem-me só para estas asas! Haverá alguma coisa que estas asas não possam?! Se calhar o próprio Deus teve inveja das minhas asas! É isso!!! Deus teve inveja e, se calhar, até medo que eu voasse mais alto do que Ele! Pois que Ele fique com o Céu d’Ele que as minhas asas nunca mais terá!”
Pensava assim o anjo e amaldiçoava o Senhor. Como tal, para Lhe mostrar a sua superioridade, o anjo começou a fazer as mais complicadas e espectaculares acrobacias, a subir às montanhas mais elevadas, a atingir velocidades que ultrapassavam a própria luz.
- Estás a ver, Deus? Quem precisa de Ti, quando se tem estas asas? Quem precisa do teu Céu? Há coisas mais grandiosas! Coisas que posso ser EU a fazer! Quem precisa de Ti e do Teu Céu?!
Mas iam passando os dias, os anos, os séculos… e o anjo notou que estava preso… preso neste Universo tão pequeno (porque o Universo é minúsculo quando comparado com o Céu)… quase incapaz de respirar…
Já tinha voado por toda a parte…
Já tinha visto tudo pelo menos mil vezes…
Já tinha realizado todas as piruetas possíveis e imagináveis…
Já tinha enchido a barriga com a brisa da emoção, ao ponto de não conseguir engolir mais…
Já tinha passado tanto tempo mirando o seu reflexo, que agora até as suas próprias asas pareciam ter perdido a beleza…
Que futuro restava a este anjo? Uma eternidade! Uma eternidade de aborrecimento! Uma eternidade de tédio! Uma eternidade de actos repetidos e automáticos, meros cata-ventos dos seus caprichos! Uma eternidade de solidão! Em suma, o Inferno!
Como estaria o Céu? Provavelmente na mesma! E era tão belo o Céu! E como era? Já não se lembrava! O anjo não se lembrava de como era o Céu! Agora arrependia-se de ter passado tão pouco tempo no Céu! Ao menos no Céu, a presença de Deus estava em todo o lado, aspergindo felicidade sobre todos! Como era o Céu? Já não se lembrava!
Todavia, o anjo ainda estava demasiado ferido no seu orgulho para se desculpar a Deus!
Nessa altura, o anjo ouviu um grito! Um grito desesperado!
Era um verme! Um verme que estava num prado ali próximo! Um mísero e pequeno verme que, no seu rastejar insignificante, havia-se deparado com um lobo horrendo! O lobo farejava o verme, mirando-o fixamente com os seus olhos vermelhos e esfomeados! Não interessava se era um verme pequeno, o lobo queria devora-lo! E, enquanto procurava a melhor forma de o fazer, torturava a pequena criatura, dando-lhe patadas com as garras afiadas!
Esta cena revoltou a alma do anjo! Indo em socorro do verme, o anjo empurrou o lobo! Mas o lobo, enfurecido por tal afronta, lançou-se sobre o anjo! Houve uma luta feroz! Uma luta que durou uma noite inteira! Mas, finalmente, no meio da neblina matinal, encharcado por um orvalho torrencial, o anjo conseguiu expulsar o lobo!
Mas houve um preço a pagar… o anjo ficara com as asas totalmente esfarrapadas! Já não as conseguia agitar, já não podia voar! O anjo apercebeu-se e caiu num profundo pranto.
Entretanto aproximou-se o verme:
- Muito obrigada, meu senhor! Muito obrigada por me ter salvo!
O anjo ergueu-lhe os olhos lavados de lágrimas e berrou:
- Obrigado?! OBRIGADO?! Já viste o que me fizeste? Por tua culpa… por tua culpa… perdi as minhas asas! Perdi o Céu… já não tinha nada, a não ser as minhas asas…e agora, agora nem as minhas asas… não tenho nada…
Enraivecido, o anjo preparou-se para calcar o verme. Mas vendo como este tremia de puro pavor, apercebeu-se como estava a preparar-se para seguir as pisadas do lobo. De que tinha servido ao anjo, então, lutar contra o lobo, perder as asas, se iria sacrificar a causa desse sacrifício? O anjo deteve-se. Virou as costas e disse:
- Vai! Vai à tua vida! Vai-te! Nunca mais te quero ver!
O verme deu meia-volta e retirou-se, profundamente entristecido.
O Inverno estava aí à porta. Como já não podia voar, o anjo não podia fugir para a atmosfera acima das nuvens, nem podia escapar para climas mais amenos…
Deste modo, o anjo teve de aguentar as agruras tempestuosas do Inverno, o frio cortante, a solidão gélida, as chuvas, os trovões, o vento…
Nesse entretanto, o anjo apercebeu-se de como as suas asas afinal não eram nada. Mesmo antes de se terem danificado, as suas asas eram apenas um monte de ossos e penas… um agregado de moléculas com uma mera função biológica… e os voos mais não eram do que o culminar de uma série de leis físicas e matemáticas…
Que valiam as suas asas? Valiam muito, porque tinham sido uma prenda do Pai! Mas o anjo, que fizera ele? Usara essa prenda para magoar o seu Pai! E agora, agora as suas asas nada valiam!
Nem sequer tinha conseguido ser simpático para com o pobre verme! O anjo sentia-se profundamente miserável! Como se arrependia de tudo! De tudo o que fizera! De tudo o que era! Que vergonha tinha o anjo de si próprio! Quem lhe dera ser outra pessoa! Quem lhe dera nunca ter nascido! Arrependia-se de tudo!
De tudo? Não! Pelo menos, na sua vida, o anjo tinha salvo um pequeno verme de um lobo! Pelo menos… pelo menos tinha feito uma coisa de útil na vida… tinha valido a pena sacrificar as suas asas por isso… se não tivesse perdido as suas asas, fazendo-o, então não teria cumprido nada de jeito na sua existência…
Como era o Céu? Já não se lembrava!
Enfim, a Primavera. O anjo saiu do seu abrigo. Espreguiçou-se ao Sol radiante da manhã. Então, apareceu-lhe uma borboleta. Era uma borboleta linda, e as suas asas estavam enfeitadas por um caleidoscópio de cores.
Disse a borboleta:
- Se calhar o senhor não me reconhece… mas eu fui aquele verme que você salvou aqui há tempos! Graças a si pude chegar a borboleta! Eu sei que nada do que eu possa dizer será o suficiente para o compensar, mas quero agradecer-lhe! Muito obrigada!
O anjo estava pasmado. Ficou contemplado a borboleta durante longos momentos, profundamente boquiaberto. A borboleta perguntou:
- Passa-se alguma coisa?
O anjo respondeu:
- Tu… tu és… tu és igual ao Céu!
Duas palavrinhas muito rápidas, pois o meu tempo tem sido pouco:
João, muito obrigada pela consideração. Fico muito sensibilizada, acredita!
Kephas a tua história é muito bela, e dá que pensar, em especial se nos colocarmos no lugar do anjo e reconhecermos que muitas vezes damos atenção demasiada às nossas asas, esquecendo-nos da sua verdadeira função... e quantas vezes não atribuimos a Deus as culpas dos nossos erros?
Bela história, de verdade.
Bjs
Comovente o pasmo do anjo.
História que se adpta á humanidade,gosto especialmente da parte "as suas asas eram apenas um monte de ossos e penas… um agregado de moléculas com uma mera função biológica… ",
faz me lembrar a nossa anatomia que eu recentemente descobri!!
E que o kephas me fez reflectir sobre a anatomia da alma,a anatomia do invisivel!! :P...
Ate Breve!Tambem tenho um blogue mas só tem um post...lol depois envio o link!!**
Agradeço à Sofia e à Margarida as palavras profundamente gentis que me enviaram.
Estou ansioso por conhecer o blog da Margarida. Talvez a vá lá chatear ehehehe...
Ah, queria ainda dirigir-me à Margarida para te dizer que, a partir de 23 de Julho vou estar (um bocadinho) mais livre... portanto (se o convite ainda estiver de pé, é claro)
poderia dar um saltito a Braga. Se quiseres, eu coloco o meu mail aqui e podemos combinar um dia. Já que a catequese para adultos de Barcelos foi interrompida para o Verão...
Faço ainda votos que a Sofia consiga ficar também um pouco mais aliviada dos seus afazeres, a fim de poder apreciar melhor este mundo que Deus nos ofereceu com a Sua infinita generosidade.
Abraços em Cristo.
olá,eu vou estar livre a partir de 30 de julho...
nao tenho ido as reunioes da associacao e tenho estado em falta com os que dela fazem parte...
nao sei como esta a decorrer o ponto de convivio,com os jacobeus.De qualquer maneira deixo o meu mail simples:
MargaridaGeraldes@hotmail.com
e também deixo olhares meus...
www.olhares.com/florita
Tenho eternas perguntas para si Kephas,visto que paraece que me responde.
Bjs a todos!!
Margarida, já tá enviado
Depois diz qualquer coisa.
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