sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Veneração e Ofensa

É à medida que nos aproximamos de Deus que descobrimos o verdadeiro significado da Sua divindade. No mundo exterior, Deus permanece como que oculto. A natureza revela e oculta o seu Criador, pela distância infinita que os separa. Só nas profundezas do espírito humano é que se chega a intuí-Lo veladamente. É talvez o mistério mais profundo do mundo. Estamos feitos para Deus e, no entanto, Deus não se nos apresenta de uma maneira patente; é necessário procurá-Lo, para respeitar a nossa liberdade. Só quando nos aproximamos d'Ele é que começamos a descobrir o que realmente é e significa, a imensa veneração que nos merece e que não fazemos nenhum favor em nos ocuparmos das suas coisas, antes pelo contrário. Esse imenso respeito estende-se às coisas que lhe estão relacionadas: o culto, os objectos, as pessoas e os lugares que se dedicam a esse culto. Assim entende-se a profundidade dos três primeiros mandamentos do decálogo. Aproximar-se de Deus significa um novo conhecimento da nossa fraqueza pessoal, que leva à verdadeira humildade, à súplica confiada e à acção de graças. E abre-se diante de nós o abismo dessa outra realidade: o mistério do pecado, não como erros superficiais, mas realmente ofensas a Deus. Esta é outra diferença entre a moral cristã e a ética. Diante dos erros, esta propõe-se evitá-los no futuro. O cristão sente-se obrigado a pedir perdão como o amigo pede perdão ao amigo que ofendeu e tenta reparar a ferida causada. Só que com Deus, isso é mais fácil pela sua infinita misericórdia. Por isso as pessoas com pouca vida moral, têm um sentido pobre do pecado.

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